sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Música simpática

Uma das melhores coisas relativas a computador e poder escutar música enquanto se estuda, muito simpático... melhor ainda é o esquema aleatório de tocar as suas músicas que, as vezes, te surpreende. Não é que eu estava escutando as coisas que comumente escuto quando começou a tocar essa música especificamente. Devo destacar que não sou muito fã do Zeca Baleiro, mas acho (esporadicamente) uma ou outra de suas canções simpáticas, essa eu gosto:

Bienal

Zeca Baleiro/Zé Ramalho

Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio
Faç
o um quadro com moléculas de hidrogênio
Fios de pentelho de um velho armênio
Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta

Meu conceito parece, à primeira vista,
Um barrococó figurativo neo-expressionista
Com pitadas de arte nouveau pós-surrealista
calcado da revalorização da natureza morta

Minha mãe certa vez disse-me um dia,
Vendo minha obra exposta na galeria,
"Meu filho, isso é mais estranho que o cu da jia
E muito mais feio que um hipopótamo insone"

Pra entender um trabalho tão moderno
É preciso ler o segundo caderno,
Calcular o produto bruto interno,
Multiplicar pelo valor das contas de água, luz e telefone,
Rodopiando na fúria do ciclone,
Reinvento o céu e o inferno

Minha mãe não entendeu o subtexto
Da arte desmaterializada no presente contexto
Reciclando o lixo lá do cesto
Chego a um resultado estético bacana

Com a graça de Deus e Basquiat
Nova York, me espere que eu vou já
Picharei com dendê de vatapá
Uma psicodélica baiana

Misturarei anáguas de viúva
Com tampinhas de pepsi e fanta uva
Um penico com água da última chuva,
Ampolas de injeção de penicilina

Desmaterializando a matéria
Com a arte pulsando na artéria
Boto fogo no gelo da Sibéria
Faço até cair neve em Teresina
Com o clarão do raio da silibrina
Desintegro o poder da bactéria

Com o clarão do raio da silibrina
Desintegro o poder da bactéria



p.s.: se forem ver o vídeo desconsiderem as imagens hehehe