sexta-feira, 1 de julho de 2011

Chutômetro da Copa América

1ª RODADA

Argentina 2 x 0 Bolívia
Colômbia 2 x 1 Costa Rica
Brasil 1 x 0 Venezuela
Paraguai 3 x 1 Equador
Uruguai 2 x 0 Peru
Chile 2 x 2 México

2ª RODADA

Argentina 3 x 1 Colômbia
Bolívia 1 x 1 Costa Rica
Brasil 2 x 2 Paraguai
Venezuela 0 x 3 Equador
Uruguai 1 x 0 Chile
Peru 1 x 2 México

3ª RODADA

Colômbia 2 x 0 Bolívia
Argentina 5 x 2 Costa Rica
Paraguai 3 x 0 Venezuela
Brasil 2 x 0 Equador
Chile 3 x 1 Peru
Uruguai 0 x 0 México

QUARTAS-DE-FINAL

Argentina 3 x 1 Chile
Colômbia 1 x 2 México
Paraguai 2 x 0 Equador
Uruguai 2 x 1 Brasil

SEMIFINAIS

Argentina 2 x 0 México
Paraguai 0 x 1 Uruguai

DISPUTA DO 3º LUGAR

México 0 x 1 Paraguai

FINAL

Argentina 2 x 2 Uruguai

CLASSIFICAÇÃO FINAL

Campeão: Uruguai
Vice-campeão: Argentina
Terceiro colocado: Paraguai
Quarto colocado: México

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Para quem gosta de John Ford

Segue abaixo texto de Glauber Rocha falando sobre o diretor:

O CACIQUE DA IRLANDA

Glauber Rocha
(O século no cinema. Cosac Naify, 2006, pp. 118-123)

Rock Demers, o ex-diretor do Festival de Montreal, conseguiu reunir John Ford e Jean Renoir e Fritz Lang.

Ford chegou com uma semana de atraso e com ele veio uma carga de mau humor. O grande diretor de westerns — tais como No tempo das diligências (Stagecoach, 1939), Sangue de herói (Fort Apache, 1948) ou Rastros de ódio (The Searchers, 1956) — é mais alto que Lang, mais velho, surdo e cego de um olho: como Lang, usa um dayan. Se Renoir é um leão manso, se Lang é um tigre ferido, John Ford é um avião agressivo. Inacessível à primeira vista, teve seu vedetismo desmistificado à entrada do hotel por Jean Renoir, que ao vê-lo gritou:

— Olá, Fritz!

O jornalista francês Michel Ciment advertiu Renoir que não se tratava de Lang, mas de Ford.

Renoir, sorrindo, respondeu:

— Sei disto. A confusão é proposital. Chamo Ford de Fritz apenas para brincar com sua vaidade.

John Ford avançou para um abraço caloroso em Renoir. No caminho, porém, quase cai. Está trôpego o comandante de pelotões, de manadas de búfalos, de tribos guerreiras. Tosse, mas não desiste do charuto. Enquanto brincava com Renoir, Michel Ciment aproveitou para me apresentar. Ford olhou para mim e berrou:

— Saudade!

Tomei um susto diante daquele folclórico "saudade" pronunciado com tanto desastre.

Ford hesitou alguns segundos e perguntou:

Where is Raul?

— Que Raul? — perguntei de volta.

— Roulien, Raul Roulien. Meu amigo e grande ator.

Dei as pouquíssimas informações que tenho sobre Raul Roulien e Ford resmungou:

— Rio de Janeiro...

Neste momento surgiu um padre. Ford interrompeu o discurso com Renoir e foi abraçar o padre. Conversaram alguns minutos. Depois Michel Ciment me disse que Ford estava preocupado, pois precisava arranjar um confessor durante o Festival: católico incorrigível, Ford vai à missa todos os dias.

Depois de muitos desencontros, realizou-se a entrevista com os jornalistas no quarto do hotel. Gim e uísque. Charutos. De roupa branca, sapato tênis, altíssimo, John Ford é o que se pode chamar de um "elegante grosso". Seus gestos são de um vaqueiro, embora seja irlandês. Parece que, depois de lidar tantos anos com cowboys, xerifes, índios e bandoleiros, Ford terminou influenciado por seus personagens.

Tem alguns tiques de John Wayne, grita quando menos se espera, parece que vai sacar uma pistola a cada gesto.

O Festival, para homenageá-lo, resolveu apresentar seu filme A mocidade de Lincoln (Young Mr. Lincoln, 1939) — biografia da juventude do patriarca americano.

Quando isto é anunciado, Ford estrila:

— Que filme? Young Mr. Lincoln? Não me lembro disto.

— Um filme com Henry Fonda, adverte Michel Ciment.

— Henry Fonda? Mas quem é Henry Fonda? — volta a perguntar Ford diante do espanto dos jornalistas.

Ford é um ranzinza. Como se sabe é católico, democrata, conservador, anticomunista ferrenho. Fonda é um progressista. Brigaram uma vez e esteve envolvido com John Wayne, amigo íntimo de

Ford e membro de organizações terroristas de direita.

Ford, a partir do incidente, resolveu ignorar Henry Fonda. Agora a lenda se confirma:

— Se este filme existe não quero vê-lo. Estou muito cansado e tenho problemas graves no momento. O que mais me aborrece é não estar bem de saúde para poder engajar-me na Marinha para a guerra no Vietnã.

Novo espanto. Ford confirma sua adesão à guerra e acrescenta:

— Estive visitando Howard Hawks enquanto ele filmava El Dorado (1967). Embora eu não veja os filmes de Hawks, visito-o sempre para um joguinho. Hawks me disse que vai fazer um filme sobre o Vietnã, que é uma guerra muito engraçada. Imagine nossos marines gigantescos e bem armados tendo dificuldades com aqueles "amarelinhos"... — e somente Ford sorri de sua piada inoportuna.

Silêncio.

Novas perguntas.

Sobre a arte cinematográfica:

— Só existe um autor no cinema: o banqueiro de Madison Avenue.

Atualmente eu não escolho nem os atores. É a mulher do banqueiro que dá todos os palpites no filme que vou fazer. Somente quando tenho dinheiro meu nos filmes possuo liberdade. Mas que liberdade? Quem manda é o público. Se eu faço um filme diferente do gosto do público é um fracasso, e com milhões de dólares não se brinca. O progresso no cinema é só um: o técnico. Eu fui um dos criadores do cinemascope, da panavision, do cinerama. Eu e outros colegas.

Sobre os novos cineastas:

— Quem é Godard? Nunca ouvi falar dele. Quem é Pasolini? Nunca ouvi falar. Ontem fui ver um filme comunista iugoslavo [trata-se de Une Affaire de Cœur, de Dusan Makavejev, aplaudido pela crítica] e saí na metade. Isso é lá cinema? Os europeus pensam que filmar uma mulher nua é cinema. O grande cinema é o nosso, o meu, o de Hawks, o de Hitchcock!

A petulância do velho constrange a todos.

Um jornalista arrisca:

— Vai continuar filmando?

— Tenho mais de oitenta anos mas ainda não estou tão velho para parar. Agora mesmo pretendo fazer outro filme e tenho comigo vários scripts. Tenho novas atrizes para lançar e compromissos comerciais.

Subitamente o gavião pousa. Bebe um gole de gim, traga o charuto. Está afastado, talvez vagando entre os canyons onde costuma filmar emboscada de índios. Murmura:

— Tenho de voltar. Minha mulher e minha filha estão doentes.

Um jornalista pergunta se Ford acompanhará Renoir naquela noite ao Palácio do festival, onde será apresentado La Marseillaise (A Marselhesa, 1938).

Ford resmunga:

— Não. Este filme sobre a Revolução Francesa é propaganda. Não posso prestigiar um comunista em público, apesar de Renoir ser meu amigo.

Três dias depois Rock Demers envia um Buick de luxo para trazer John Ford ao cinema onde será apresentado Young Mr. Lincoln, e o cacique protesta:

— Carros de luxo é para o Fritz, que é um vaidoso. Eu posso ir de táxi.

Mas vai no Buick. O mesmo traje. Quando chega ao cinema repleto, ovação. Ergue os braços e pede silêncio. Emocionado, Ford grita com sotaque de cowboy:

— Nestes momentos sempre dizemos: "eis o momento mais importante de nossa vida"... Este é um filme simples sobre um homem simples filmado há mais de vinte e cinco anos e eu não me lembro nem de uma cena. Os atores são desconhecidos.

Young Mr. Lincoln começa. É um filme que entusiasmou Eisenstein. Contamos isso para Ford e ele brinca:

— Quem? Eisenstein? O diretor comunista de Ivan, o Terrível? Ivan é um filme muito inteligente.

Young Mr. Lincoln, com Henry Fonda num dos maiores papéis de sua carreira, é um retrato nacionalista e nada crítico da juventude predestinada de Abraham Lincoln. Ali já estão os dados do estilo fordiano: senso de humor, harmonia visual, folclore do interior norte-americano, humanismo, religião, sentimentalismo. O mesmo Henry Fonda reapareceria em Paixão de fortes (My Darling Clementine, 1946), As vinhas da ira (The Grapes of Wrath, 1940), Mister Roberts (1955) e em outros vários filmes realizados pelo jovem irlandês que começou cedo a filmar bangue-bangue em Hollywood. Na pele do moço Lincoln, Fonda encarnava o americano ideal e idealista. Temos a impressão de que se trata de um documento primitivo. Quando termina, aplausos, não ao filme, mas a Ford. Ele se levanta e projeta a sua vaidade de bom moço:

— Realmente vocês têm razão em bater palmas. É um belíssimo filme.

Risos. O gigante tem lágrimas nos olhos. Raramente tivera homenagens como aquela. Na França, numa vez em que Ford lá esteve, o crítico Jean Mitry deu-lhe de presente um livro que era a biografia do próprio Ford. O velho ficou espantado. Homenagens deste tipo não existiam em Hollywood, onde ele era apenas um funcionário dos estúdios.

Ford desconfia de sua possível genialidade. Inegavelmente militarista, Ford idealizou o Oeste como um paraíso perdido, espécie de Olimpo do novo mundo. Sua preocupação sempre foi a de punir os maus e fazer triunfar os bons. Gosta de índios, mas são ingênuos os selvagens que devem ser catequizados e protegidos. Haverá sempre um bom soldado branco capaz desta façanha, ainda que para tanto deva se rebelar contra seu superior. O exército é a alma da nação, a cavalaria sempre surgirá para salvar os pobres colonos das garras dos índios. Sobre racismo, Ford acha lamentável a incompreensão entre os homens.

Seu cinema criou adeptos em todo o mundo. Na França Ford é adorado, embora todos saibam que sua visão do mundo é desatualizada, principalmente depois que os Estados Unidos começaram a entrar em crise social, econômica e política revelando ao mundo que sua invencibilidade apregoada com veemência pelo cinema é um mito cinematográfico. Como Howard Hawks, como Alfred Hitchcock, como tantos outros, Ford pertence a uma geração de gigantes que se revelam como Golias, vulneráveis na testa.

Fritz Lang tinha razão quando afirmava que o cinema feito por esta geração era um cinema primitivo. Inventaram cenas fabulosas de espetáculo, criaram gêneros e heróis, mas em nada contribuíram para transformar a sociedade: apenas colaboraram na edificação do mito imperialista. Este cinema de espetáculo, de aventura, de suspense, de emoção, entrou em colapso justamente porque o tempo da reflexão, da dúvida, da crítica, da perplexidade, começou. Hoje, diante de um filme do velho cinema americano, vemos apenas a reprodução mentirosa do mundo. E a perfeição destas formas, a harmonia deste ritmo, terminam por cansar. É um mundo fechado que dá uma mensagem mastigada ao espectador, sem que ele tenha a menor chance de discutir ou recusar.

John Ford é o maior criador desta fase. Moralista, telúrico, gênio de um velho estilo de espetáculo, Ford foi bem definido pelo cineasta português Paulo Rocha, à saída de Young Mr. Lincoln:

— É o último poeta arcaico de uma civilização eletrônica.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Seguindo o exemplo do Guilherme

Taí um poema que eu achei muito simpático:

POESIA COM LAMENTAÇÃO DO LOCAL DE NASCIMENTO

Tudo o que eu digo, acreditem,
Teria mais solidez
Se em vez de carioquinha
Eu fosse um velho chinês.

Millôr Fernandes (Papáverum Millôr)

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Notas sobre o oscar

1. o que vale mesmo é filme, diretor, ator, atriz, roteiro (que, na minha opinião, deveria ser uma categoria única), fotografia.
2. dos que estavam concorrendo (e eu assisti) ganhou o melhor: O discurso do rei. Os que eu não vi são: Bravura Indômita, O vencedor, Minhas mães e meu pai, Inverno da alma, Toy Store 3, 127 horas. Esse negócio de 10 filmes concorrendo não é bom.
3. A rede social é um filme fraco (sendo condescendente), assim como era o Benjamin. Burton Para mim o melhor do diretor ainda é Seven. Logo, ele não merecia ganhar a direção.
4. importante ressaltar que A ilha do medo e Scorcese não estavam competindo e fizeram muita falta à lista dos filmes. Assim como acho um absurdo o Nolan não ter sido indicado para diretor (e olha que não sou um dos maiores fãs de Origem.
5. estava torcendo para o Geofrey Rush, mas gostei que o Christian Bale tenha ganho. Quem sabe assim acaba a palhaçada de atores mais galãs ou que fazem filmes mais movimentados não serem nem sequer indicados na maioria das vezes. Isso sugere um desprezo de Hollywood por uma das coisas que eles fazem de melhor. Logo, é um tiro no pé. Basta lembrar, por exemplo, que Tom Cruise, Mel Gibson, Leonardo DiCaprio, etc. nunca ganharam um oscar.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Um dia de boa diversão

Fui, outro dia, assistir no cinema 4 filmes seguidos. Esses programas, geralmente, tem altos e baixos. Dessa vez, no entanto, me diverti bastante com quatro filmes, no mínimo simpáticos. Comecei com Além da Vida que não é, nem de longe, um dos melhores filme de Eastwood, mas que me surpreendeu positivamente por tratar de um tema que considero muito difícil, acho que poucos diretores o abordaram e saíram ilesos. Clint, no entanto, com a simplicidade característica (mesmo a cena inicial mantém os pés no chão) conseguiu não se enrolar. Passamos então (eu, a Mirane e a Patrícia - que se uniu a nós a partir deste filme) ao Cisne Negro, um filme que não tem nada de excepcional e tem um final brochante, mas que é uma boa pedida. Em seguida, assistimos O Turista, filme bem simpático, o Depp não desaponta seus fãs e a Jolie até que está bem, pena, novamente, o final que tira um pouco da graça do filme. Finalizamos com O discurso do rei, filme que se destacou e que pelo menos até eu assistir o novo Bravura Indômita (o "original" nem é tão bom assim, John Wayne fez filmes muito, mas muito melhores: O Homem que matou o fascínora, Onde começa o inferno, Rastros de ódio, No tempo das diligências, O último pistoleiro, etc., etc.) e O Lutador (é esse mesmo o nome do filme?) é meu favorito pro Oscar. Dos que eu assisti acho que o único que poderia tirar o prêmio do Discurso é o Ilha do medo que nem concorrendo está...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Lembranças...

Hoje lembrei da introdução do FIFA 06, o jogo da minha adolescência... Lembro que, às vezes, ficava arrepiado só de ver (ainda fico)... Muito bem feito, pelo menos eu gosto. Excetuando o finalzinho com a referência ao Ronaldinho e ao Rooney (não gosto de nenhum dos dois).



O texto em inglês

“Game after game after game, I realize now what’s most important in my life: Football. Show me something more thrilling than a perfect volley; tell me you’ve never dreamed of the immaculate strike and that passionate moment when an entire nation holds it breath. Tell me that football is not our one common language when the world stops for ninety minutes to be witness to that one thing that we all understand.

You could tell me I’m wrong; some may say it’s just a game, but this is about heroes and tribes, loyalties and devotion; it’s our commitment and our passion, our battle and our belief, this is our faith. Now, feel the fever of the crowd, hear the roar of the faithful…you are Ronaldinho, you are Wayne Rooney, this is the beautiful game, this is your moment.”