sexta-feira, 10 de julho de 2009

Ébrio

"tire o seu sorriso do caminho
que eu quero passar com a minha dor"

A escuridão é esparsamente quebrada pelos postes
altivos e eruditos, com ares de professor
a rua certamente se move ao meu redor
sinto instintivamente certa instabilidade mórbida.

Um cheiro estranhamente alegre e amargo
revirando as entranhas, lembranças não de todo
tristes e pulsantes amarguram meu paladar
um nome me vem a mente, é claro, não é estranho
estranho que não me lembre de odiá-lo.

Tem alguma coisa me incomodando além das meias molhadas,
tem alguma coisa que deveria esquecer
alguma coisa está me machucando você, deveria saber

há algo esquisito que não sei como começo a anotar,
há algo nessa rua que parece não levar a nenhum lugar
gostaria de simplesmente me encostar e dormir
mas me perdi e não há volta, não há lugar
esse caminho me ignora e ignoro o que há nele.

Apenas postes, luzes inadequadas e pouco inspiradas,
o calor delas roubado e a minha
talvez essa luz fraca seja a melhor companhia.

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